terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os Remédios Espirituais
Os remédios espirituais diferem radicalmente dos remédios materiais. Enquanto que o remédio material ataca a doença superficialmente, isto é, apenas na manifestação física, o remédio espiritual age diretamente sobre a causa profunda que originou a moléstia, isto é, sobre as manchas apresentadas pelo perispírito.
O remédio material cura o corpo e não cuida do perispírito; portanto, se a doença tem sua origem no perispírito, a cura será apenas aparente e momentânea, porque enquanto persistir a mancha espiritual, sempre se manifestará a doença, quer sob uma forma quer sob outra.
O remédio espiritual dirige-se especialmente ao perispírito, porque estando curado o perispírito, necessariamente o corpo material é o reflexo do perispírito, nosso corpo espiritual.
Daí podemos tirar a seguinte conclusão lógica: corpo espiritual saudável é igual a corpo material saudável; corpo espiritual doente é igual a corpo material doente.
Conquanto o doente tenha por dever lutar por integrar-se na posse da saúde material, não deve esquecer-se de que a doença, principalmente essas que não encontram cura na Terra, é um remédio enérgico para a cura de seu corpo espiritual.
E alguns doentes necessitam de mais do que uma reencarnação dolorosa, a fim de que seu perispírito possa curar-se das tremendas manchas adquiridas em existências passadas.
Os remédios espirituais consistem em fluidos. Os fluidos são ministrados aos doentes por dois meios: pelo passe e pela água fluida. Os passes são aplicados pelos espíritos curadores, geralmente com o concurso de um médium curador. E a água fluida é a água comum fortemente impregnada de fluidos.
A bondade divina não depende dos homens para manifestar-se. Assim sendo, os doentes que não puderem contar com o auxílio de um médium curador para se beneficiarem, poderão receber em seu próprio quarto os remédios espirituais de que necessitam: terem seus passes e sua água fluida.
Para isso, procederão da seguinte maneira: escolherão uma determinada hora diária, sempre a mesma; será uma hora em que estarão o mais livre possível das preocupações materiais; colocarão sobre a mesa um copo d'água; orarão fervorosamente a Deus e a Jesus pedindo que um mensageiro possa ministrar-lhes um passe e fluir-lhes a água.
Não se esquecerão de estender o benefício da prece a seus irmãos que sofrem, quer encarnados quer desencarnados, certos de que o que pedirem para os outros isso mesmo receberão.
Cinco minutos, mais ou menos, de prece fervorosa e de boa concentração, é o suficiente. Em seguida beberão a água confiantes em que estão ingerindo o remédio que lhes fará bem e que lhes foi transmitido um passe.
Os doentes incuráveis encontrarão profundo alívio se assim procederem. A resignação ante a prova ou expiação pela qual estão passando, a calma interior que passarão a desfrutar, lhes aligeirarão o pesado fardo e a Esperança brilhará em seus corações, clareando-lhes a estrada para a felicidade futura.
Eliseu Rigonatti

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

#SOBRE RELIGIÃO.
Aquilo a que chamamos religião não passa de crença organizada, com dogmas, ritos, mistérios e superstições. Cada religião tem seu livro sagrado, seu intermediário, seus sacerdotes e seus métodos próprios de ameaçar as pessoas e mantê-las sob seu domínio. Quase todos nós fomos condicionados para aceitar tudo isso - e tal condicionamento se chama educação religiosa, cujo resultado é por o homem contra homem, criar antagonismo não só entre os crentes mas também entre aqueles de crenças diversas. Embora todas as religiões protestem adorar a Deus e ensinam o amor mútuo, todas elas instilam temor, com suas doutrinas de recompensa e punição e, com a rivalidade de seus dogmas, perpetuam a desconfiança e o antagonismo.
Dogmas, mistérios e ritos não conduzem à vida espiritual...
A chamada educação religiosa, tal como é ensinada, desaconselha a investigação e a dúvida, porém só quando investigamos o significado dos valores que a sociedade e a religião colocaram ao redor de nós é que começamos a descobrir o verdadeiro...
A maioria das pessoas com inclinações religiosas, que fala de Deus e da imortalidade, não crê fundamentalmente na liberdade e na integração individual; entretanto, religião é o cultivo da liberdade, a busca do autêntico. A liberdade não admite meias medidas. Liberdade parcial para o indivíduo não é liberdade, em absoluto. Qualquer espécie de condicionamento, político ou religioso, não é liberdade e nunca trará a paz.
A religião não é um meio de condicionamento. É um estado de quietude em que reina a realidade, Deus; mas esse estado criador só pode manifestar-se quando há autoconhecimento e liberdade. A liberdade trza virtude, e sem a virtude não pode haver tranquilidade. Mente tranquila não é mente condicionada, não é mente disciplinada ou exercitada para estar tranquila. Só vem a tranquilidade quando a mente compreende seus próprios movimentos, que são os movimentos do "eu".
Religião organizada é pensamento que se congelou e sobre o qual o homem construiu seus templos e suas igrejas; e que se tornou um consolo para os tímidos, e um narcótico para os que sofrem. Mas Deus ou a Verdade estão muito além do pensamento e das necessidades emocionais.
Krishnamurti - A Educação e o Verdadeiro Significado da Vida